Estudo realizado pela USP de Ribeirão Preto (SP) aponta um aumento de 35% na capacidade cardiorrespiratória e na resistência muscular em pacientes que passaram a praticar atividades físicas após se recuperarem da Covid-19.
Os resultados preliminares fazem parte de um trabalho ainda em andamento na Escola de Educação Física da Universidade, que também analisa a reação de pacientes curados da doença diante de redução de taxas de oxigênio no ar. Os principais apontamentos feitos pelos pesquisadores até agora são:
– Aumento da resistência muscular e da capacidade cardiorrespiratória em 35%;
– Melhora na função pulmonar em 10%;
– Aumento de massa magra e diminuição de gordura;
– Aumento na percepção de qualidade de vida e saúde mental;
– Melhora de marcadores bioquímicos sanguíneos
De acordo com Átila Alexandre Trapé, professor e pesquisador da USP, o estudo foi feito após ser constatada a persistência de sintomas como cansaço, fadiga e falta de ar nos pacientes da COVID-19 mesmo após o ciclo da doença.
“Temos casos de pessoas que estiveram internadas, que estiveram inclusive em Unidade de Terapia Intensiva, ficando de 15, 20 até mais dias utilizando respirador”, diz.
O estudo
Durante o estudo, 84 voluntários foram divididos em três grupos: os que se exercitavam respirando a quantidade normal de oxigênio; os que se exercitavam com concentração reduzida de oxigênio; e o grupo de controle, sem exercícios.
Os participantes que se exercitavam não sabiam de qual grupo eram. As pessoas foram submetidas a testes em uma bicicleta ergométrica, três vezes por semana, durante oito semanas até dezembro de 2020.
Além dos resultados associados a esse período, em fevereiro deste ano uma avaliação mostrou que os voluntários que continuaram ativos, de uma maneira geral, mantiveram os benefícios das atividades físicas, enquanto os voluntários que não fizeram exercícios não tiveram nenhum avanço.