O Laboratório de Fisiologia Celular e Molecular do Exercício da Escola de Educação Física (EEFE) da USP desenvolve pesquisa sobre o impacto do exercício físico na perda de massa corporal em função da hipertensão pulmonar. Os trabalhos vão desde o estudo com animais até humanos com doenças crônicas, com o exercício físico sendo utilizado como estratégia terapêutica.
A importância do estudo da hipertensão pulmonar está no fato de se tratar de uma doença cujo tratamento ainda não promove uma melhora no prognóstico do paciente. De acordo com a pesquisadora da EEFE/USP, Janaína Silva Vieira, os estudos, iniciados em 2014, buscam estratégias que permitam ao paciente viver melhor após o diagnóstico. Segundo ela, durante muito tempo, acreditou-se que, com exercício físico, o quadro da doença poderia piorar, o que foi descartado. “Sabemos que há uma melhora na qualidade física com o treinamento, mas só passou a ser uma orientação aos pacientes recentemente”, explica. A proposta foi, então, mostrar que a perda de massa muscular é anterior à doença e contribui para o seu avanço. Por isso, segundo a pesquisadora, o exercício físico deveria começar antes da fase grave da hipertensão pulmonar.
Janaína explica que, nessas fases mais avançadas, os pacientes apresentam uma fadiga imensa – momento em que são pedidos os exercícios. “No nosso trabalho, mostramos que, se os exercícios começam antes, os animais não desenvolvem intolerância ao exercício físico.”
Depois da publicação dos estudos, os próximos passos serão voltar a falar do impacto do exercício físico na hipertensão pulmonar. “Acredito que em diversas outras doenças houve resistência à eficiência do exercício físico, mas ele ajuda no tratamento dessas doenças”, completa.
Fonte: Jornal da USP